Compreender a visão

A luz azul: o que faz bem e o que faz mal

De quanta luz azul precisamos? E como e quando devemos nos proteger contra ela?

16 outubro 2022

Está surgindo um debate sobre os efeitos benéficos e prejudiciais da luz azul. De um lado, a luz azul pode ajudar a combater a depressão de inverno e a insónia. De outro, ela pode causar lesões permanentes no olho humano. Qual é a questão com a luz azul? E o que mudou no que diz respeito à luz artificial que usamos todos os dias? Porque os nossos organismos precisam dos efeitos biológicos desse comprimento de onda? E como e quando devemos nos proteger contra os possíveis efeitos prejudiciais da luz azul? Leia para obter mais informações sobre o que faz bem e o que faz mal em relação à luz azul.

  • A luz azul: o que faz bem e o que faz mal

Espectro visível

A luz que atinge e entra no olho humano divide-se em luz visível, composta por comprimentos de onda entre 380 e 780 nm, e em luz invisível, que inclui parte do espectro luminoso no intervalo ultravioleta (radiação UV) e no intervalo de infravermelhos (radiação IV).

Os especialistas sabem já algum tempo que a radiação UV pode danificar potencialmente o tecido biológico, tal como a nossa pele e olhos. É por isso que normalmente as pessoas tomam precauções e se protegem do sol, usando artigos como protetores solares ou um par de óculos de sol. Contudo, a azul-violeta visível também tem o potencial para danificar os nossos olhos. Embora a radiação azul-violeta tenha menos energia que a radiação ultravioleta, somente uma pequena parte é filtrada quando passa pelo olho e atinge a retina. Pelo contrário, a luz ultravioleta é quase totalmente absorvida pela córnea, e significativamente menos de 5 % da mesma atinge a retina.

A radiação azul da luz entre 380 e 500 nm é também conhecida como luz visível de alta energia (HEV). Em particular, comprimentos de onda com radiação azul-violeta entre 380 e 440 nm são considerados potencialmente nocivos e estão envolvidos numa das possíveis causas de foto-retinite, ou seja, danos na retina provocados por luz incidental de alta energia.

Espectro visível

Aspetos benéficos da radiação azul

A luz faz mais do que nos ajudar a ver, é também um importante meio de regular os nossos ritmos biológicos e afetando o nosso bem-estar em geral. A luz influencia se estamos ou não acordados, concentrados e produtivos, e se nos sentimos com energia e saudáveis.

Estudos científicos confirmaram o efeito biológico da luz no nosso corpo. A luz ultravioleta, por exemplo, influencia a produção de vitaminas. A exposição a uma luz brilhante e, em particular, à porção de radiação azul afeta o nosso equilíbrio hormonal. As hormonas do nosso corpo regulam a forma como uma pessoa se sente, bem como o seu ciclo de sono e vigília. Durante o dia, uma parte da luz solar é relativamente alta, sendo significativamente reduzida à noite.

Quando está muita luz no exterior, o corpo liberta serotonina - também conhecida como uma das "hormonas da felicidade"- e cortisol, uma hormona do stress. Ambas fazem-nos sentir acordados e ativos. Contudo, a melatonina é considerada uma hormona do sono e faz com que nos sintamos cansados e sonolentos quando está escuro.

Na luz, em particular a radiação azul que atinge a retina, também afeta o nosso bem-estar psicológico. É por isso que a terapia de luz é empregue com êxito para tratar depressões e insónias durante o inverno. Mas, como muitas vezes é o caso, o axioma "no meio está a virtude" mantém-se atual. A exposição a demasiada luz também apresenta determinados riscos e pode inclusivamente ser nociva.

Efeitos prejudiciais da luz azul

Excesso de luz nas faixas ultravioleta e azul violeta pode causar lesões no olho humano. Além de causar inflamação dolorosa da conjuntiva e da córnea, ela pode produzir lesões no cristalino do olho (p. ex.: catarata) e, sobretudo, na retina (degeneração macular).

É por isso que é tão importante usar óculos de sol com 100 % de proteção UV sob o sol forte, especialmente em situações onde há muito ofuscamento, como na água ou em montanhas de neve.

O mundo moderno: fontes de luz com alta proporção de luz azul

De diodos emissores de luz (LEDs) e lâmpadas de xênon às lâmpadas de baixo consumo e à radiação eletromagnética de telas, todas as “novas fontes de luz” criadas para melhorar e facilitar a nossa vida contêm uma proporção mais alta de luz azul do que as lâmpadas tradicionais. A composição diferente do espectro de luz significa que somos expostos a uma quantidade significativamente maior de luz azul do que éramos anteriormente. Isso pode surtir um efeito prejudicial sobre a nossa visão?

É importante lembrar, porém, de que passar uma hora ao ar livre em um dia nublado normal expõe os olhos a 30 vezes mais luz azul do que passar uma hora em um ambiente interno, em frente a uma ecrã.

Lentes de óculos claras com filtro para luz azul

Faz sentido que as lentes de óculos claras não requeiram proteção UV se forem usadas principalmente em ambientes internos. Contudo, é possível obter lentes com filtro de luz azul, como as que utilizam o revestimento DuraVision® Blue Protect. Porquê fazer isso?

A radiação de luz azul de fontes de luz ou ecrãs pode irritar ou cansar os olhos de algumas pessoas. Um filtro azul pode dar mais nitidez à visão de algumas pessoas: os diversos comprimentos de luz visível são refratados pela córnea e pelo cristalino de maneiras ligeiramente diferentes, de modo que nem todos eles atingem o mesmo ponto focal na retina. Algumas pessoas conhecem esse tipo de fenómeno – por exemplo, o fato de que é mais fácil ver bem o vermelho a certa distância e o azul de perto ou a maneira pela qual concentrar o foco em infográficos com linhas vermelhas, verdes e azuis cansa mais do que em linhas sombreadas com a mesma cor ou cores similares.

Lentes de óculos claras com filtro para luz azul

Algumas pessoas acreditam que fontes de luz com maior proporção de luz azul deixa-as mais inquietas à noite. Num quarto escuro ou num ambiente externo, na hora do por do sol ou à noite, os nossos olhos entram num modo de visão diferente. Sob baixa luz, o olho humano passa da sensibilidade ao verde ao espectro de luz azul de alta energia. Isso significa que percebemos a luz azul mais intensamente, o que pode provocar a sensação de mais ofuscamento. Esse é um efeito conhecido pelos condutores que se sentem cegados pelas luzes ofuscantes dos faróis de outros veículos, sobretudo os que utilizam as modernas luzes de xênon ou LED. Lentes de óculos claras com filtro para luz azul podem aumentar o conforto visual nessas situações.

DuraVision® BlueProtect é um revestimento para lentes claras que pode ser aplicado como uma camada adicional. O produto oferece todos os benefícios da linha de revestimentos DuraVision® Premium, da ZEISS, incluindo maior resistência em design concebido para facilitar a limpeza. O revestimento BlueProtect também inclui um filtro azul que atenua a luz azul na faixa de 380 a aprox. 450 nm. Isso aumenta o conforto visual para qualquer utilizador que deseje se proteger contra a luz azul durante atividades em ambientes internos sem abrir mão dos benefícios da luz azul na faixa de aprox. 450 a 500 nm! Pode-se usar óculos com o revestimento DuraVision® BlueProtect o dia inteiro, a menos que você prefira usar, em ambientes externos, seus óculos de sol ou lentes PhotoFusion X que também proporcionam 100% de proteção UV.

As lentes ZEISS com BlueGuard incluem a tecnologia de bloqueio da luz azul no próprio material da lente. A tecnologia ZEISS BlueGuard impede que até 40 % da luz azul nociva chegue aos seus olhos1.

A tecnologia ZEISS BlueGuard reflete 50 % menos luz azul digital, em comparação com o revestimento ZEISS DuraVision BlueProtect2, proporcionando uma visão mais nítida e com menos reflexos. Isto significa a melhor proteção contra a luz azul na sua categoria em qualquer um dos nossos desenhos de lentes e com qualquer um dos revestimentos ZEISS DuraVision.

Como os serviços digitais estão mudando nossa visão

Como os serviços digitais estão mudando nossa visão

Tablets, smartphones e outras ecrãs digitais não estão mudando somente o espectro de luz a que estamos expostos – também estão mudando nosso comportamento visual. É importante reconhecer que passamos mais tempo a olhar para as coisas “de perto” do que fazíamos antes. Isso muitas vezes deve-se ao brilho de fundo ser muito baixo. E até as crianças apresentam esse problema: a “miopia escolar” está relacionada ao aumento da propensão das crianças de ter miopia assim que entram na escola.

Se deixarmos de dedicar tempo suficiente a olhar de longe, os nossos olhos não terão muitas oportunidades de relaxar e nós essencialmente “desaprenderemos” a focar rapidamente a várias distâncias. Isso causa tensão digital nos olhos. Além disso, naturalmente piscamos menos quando olhamos fixamente para os ecrãs digitais e, com isso, o líquido lacrimal hidrata menos a córnea. Isso pode causar tensão e cansaço ocular.  No pior caso, pode até comprometer a nossa visão.

A nossa sugestão: Recomendamos fazer um maior número de intervalos para os olhos, olhando à distância com muito mais frequência – mesmo quando está a trabalhar no seu portátil, tablet ou smartphone. E não se esqueça de expor seus olhos a um nível de brilho suficiente, sem deixar de protegê-los adequadamente contra o excesso de luz UV e azul violeta.


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    Built on the foundation of ZEISS UVProtect Technology, the ZEISS BlueGuard lens material provides full UV Protection and now additionally blocks up to 40 % of potentially harmful and irritating blue light. Source: Inhouse measurements and calculations based on the BVB (Blue-Violet-Block) metric. Analyses by Technology and Innovation, ZEISS Vision Care, DE 2020

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    For good looks on- and offline, ZEISS BlueGuard Lenses have up to 50 % less reflections of digital blue light compared to ZEISS DuraVision BlueProtect coating. Source: Inhouse measurements and calculations based on the DBRLED (Digital Blue Light Reflection) metric. Analyses by Technology and Innovation, ZEISS Vision Care, DE 2020