Compreender a visão

Os olhos dos nossos filhos

Quando uma criança nasce, esta consegue ver de imediato Contudo, a sua acuidade visual tem de evoluir com o passar do tempo

9 fevereiro 2020
  • Os olhos dos nossos filhos

Os olhos do recém-nascido reluzem, um sorriso ilumina-lhe o rosto – estes encontram-se entre os momentos mais incríveis para uma mãe, enquanto segura o filho nos seus braços. Nesta fase, os olhos do bebé continuam em desenvolvimento e não conseguem identificar todo o ambiente envolvente. Os nossos filhos têm de aprender a andar e a falar e os olhos têm de aprender a ver.

Daí ser importante saber que perto de 20 % de todos os bebés, com idades inferiores a quatro anos de idade, sofrem de problemas visuais. Contudo, isto não é motivo de preocupação: os óculos modernos para crianças podem ajudar as capacidades visuais do seu filho a melhorarem.

Cada ser humano tem as capacidades visuais e motoras no seu ADN – informações que, eventualmente, nos permitem aprender a ver, andar e correr. Os olhos de um recém-nascido são capazes de ver assim que este vem ao mundo. Porém, a visão do bebé não é tão evoluída como a de um adulto. Primeiro, tem de desenvolver a sua própria acuidade visual, i.e. a capacidade que lhe permitirá reconhecer certos detalhes e identificar um objecto. Ainda demora bastante até que um ser humano consiga desfrutar de visão de águia:

O desenvolvimento das capacidades visuais – de recém-nascido até começar a andar

  • Durante o primeiro mês de vida, a visão do bebé é distorcida, mas este consegue distinguir entre o escuro e claro. O horizonte visual atinge, em média, 30 centímetros.
  • Durante o segundo mês, começa a reconhecer contornos e padrões faciais. O pequeno ser humano é, agora, capaz de distinguir cores.
  • Durante o terceiro e quarto mês, a criança começará a sorrir para os pais, conseguindo distinguir cores e a ver nitidamente a distâncias até 25 centímetros.
  • A partir do quinto mês, o bebé é capaz de reconhecer os pais. Isto torna-se óbvio devido ao bebé protestar, a bom som, cada vez que você se tentar esgueirar do quarto.
  • Ao sexto mês, a criança começa a tentar pegar em objectos e a ver coisas ao longe nitidamente.
  • Ao sétimo mês, o bebé já consegue rodar e virar os objectos.
  • A partir do oitavo mês, os traquinas têm a capacidade de distinguir rostos familiares de rostos desconhecidos.
  • A partir do nono mês, os polegares e indicadores tornam-se ferramentas activas, fazendo com que mesmo o objecto mais pequeno possa ser agarrado com uma precisão incrível.
  • A partir do décimo-primeiro mês, a criança, mediante a pergunta «Onde está o pai?» pode responder ao virar a cabeça para o procurar.
  • Ao décimo-segundo mês, a criança começa a entregar objectos específicos aos pais, ficando à espera que estes façam algo em específico. Os olhos do bebé podem, agora, localizar os objectos em movimento.
  • Aos quatro anos, a acuidade visual atinge o nível adulto.
  • Quando a criança tiver 6 ou 7 anos, o desenvolvimento das capacidades visuais está quase completo.
  • Com 8 ou 9 anos, o desenvolvimento do campo visual é de tal modo que a criança consegue reconhecer cenários e eventos por inteiro. Como resultado, pode-se considerar, agora, como o que os alemães apelidam de «pronto para a estrada» – i.e., pode-se mover em segurança a nível de visão.

O cérebro também precisa de tempo

Os olhos de uma criança ainda não atingiram a maturidade total. As úvulas dos olhos, fulcrais para a nossa visão nítida (as células nervosas que absorvem a luz situam-se nas úvulas) são desenvolvidas no útero. Contudo, apenas adquirem a sua forma final após o nascimento do bebé. Não são apenas os olhos que necessitam de tempo para evoluir – o cérebro também. Enquanto os olhos da criança absorvem a luz ambiente, o processamento dos estímulos recebidos acontece no centro do cérebro, onde a imagem é desenvolvida.

Reconhecer e tratar problemas de visão

Caso se detecte e trate, de início, um problema de visão, a criança pode vir a ter uma visão normal.

Para garantir que os olhos da criança se desenvolvem normalmente, o cérebro necessita de certos impulsos. Contudo, caso os olhos tenham algo de errado, estes impulsos podem não ocorrer. Caso se detectem e tratem, de início, os problemas de visão, a criança pode vir a ter uma visão normal. Marque uma consulta no optometrista caso tenha observado alguma das seguintes condições no seu filho, pois podem significar problemas visuais:

  • Estrabismo óbvio e permanente
  • A manutenção ininterrupta da cabeça em posição inclinada
  • Olhos muito grandes
  • Actos de evitar a luz ou de não resposta à luz
  • Esfregar dos olhos obsessivo com dedos, contraindo o rosto
  • Virar os olhos sem focar nada
  • Não percepção de objectos procurados

Em crianças mais velhas, os problemas visuais podem, também, ser evidentes nas seguintes peculiaridades:

  • A criança tropeça ou vai contra a mobília, frequentemente
  • Aumento de problemas visuais no crepúsculo ou no escuro
  • Declínio súbito das notas escolares
  • A criança não gosta de ler
  • A criança isola-se das outras crianças
  • Dores de cabeça recorrentes podem, também, indiciar problemas de visão
Como com qualquer outro problema de saúde, aplica-se o mesmo princípio: quanto mais cedo se detectar o problema, mais rápido e efectivo será o tratamento.

Como com qualquer outro problema de saúde, aplica-se o mesmo princípio: quanto mais cedo se detectar o problema, mais rápido e efectivo será o tratamento.

Quando as crianças são afectadas por problemas de visão

As crianças assimilam perto de 90 % de tudo o que aprendem através dos olhos. Por conseguinte, a detecção atempada dos problemas visuais é fulcral. Como com qualquer outro problema de saúde, aplica-se o mesmo princípio: quanto mais cedo se detectar o problema, mais rápido e efectivo será o tratamento. De seguida, fornecemos uma descrição geral dos problemas visuais mais comuns:

  • A criança facilmente reconhece os objectos ao longe, porém, é necessário um grande esforço para ver as coisas ao perto. Isto rapidamente causa demasiada tensão para o cérebro, o que origina dores de cabeça, olhos avermelhados, incapacidade de concentração, agitação e exaustão rápida quando a criança lê ou escreve. Nota importante: a maior parte dos bebés sofre de hiperopia, sendo que esta condição melhora no decorrer dos primeiros anos de vida da criança.

  • A retina afasta os raios de luz que penetram o olho à distância devido ao olho ser demasiado comprido ou à força refractiva da lente do olho ser demasiado elevada. As crianças afectadas por esta condição ficam muito concentradas em tudo o que estiver perto. Porém, apresentam dificuldades em ver imagens na TV, a ver uma bola quando estão a jogar qualquer jogo ou a escrever no quadro da escola. Estas crianças tendem a franzir ou a piscar muito os olhos para tentarem compensar os seus problemas visuais, ou quando tentam ver um objecto distante de maneira mais nítida.

  • Este problema visual também se denomina de curvatura irregular da córnea. Os raios da córnea de forma irregular fazem com que a visão seja desfocada e deformada. Dependendo da gravidade da curvatura irregular, a criança verá os objectos com transmissões lineares mais ou menos deformadas.

  • Em linguagem corrente, chamamos de estrábicas as pessoas que não conseguem focar ambos os olhos num só alvo, em simultâneo. Os peritos consideram esta condição como estrabismo. Aproximadamente 5 % de todos os seres humanos sofrem desta condição exclusiva de problema visual, que não causa qualquer dor. Normalmente, só um dos olhos é afectado. O foco encontra-se mal direccionado para o interior, exterior, para cima ou para baixo. Por outras palavras, foca um ponto fixo que não é congruente com a visão mais nítida do olho, situando-se, sim, num local diferente da retina. A consequência: são geradas duas imagens no cérebro – uma nítida e uma desfocada. Para facilitar o trabalho, o cérebro aprende a suprimir a imagem que considera inaceitável. Doravante, a criança favorece o olho que funciona correctamente, de modo a ser capaz de ver. O olho negligenciado é incapaz de desenvolver, por completo, a sua acuidade visual – razão pela qual é chamado de «olho preguiçoso». Com o passar do tempo, a visão deste vai piorando. Caso o estrabismo grave não seja tratado, o olho saudável pode desenvolver problemas de visão. A condição resultante denomina-se de ambliopia – uma disfunção vitalícia que também comporta outras consequências. Uma criança que dependa do uso de um só olho é incapaz de desenvolver um sentido visual espacial e irá, também, ficar para trás a nível do desenvolvimento das capacidade motoras. Como adulto, uma pessoa que sofra desta condição pode-se deparar com graves problemas, como, por exemplo, conduzir um carro. As boas notícias: caso a condição seja detectada antes do 10º/12º mês, a ambliopia pode ser tratada de maneira rápida e eficaz. Se a criança tiver mais do que um ano, o processo restaurador é mais moroso.

Um design com estilo faz a diferença.

Um design com estilo faz a diferença.

Os óculos para crianças proporcionam protecção

Nos dias de hoje, os óculos de criança são considerados estilosos e as crianças que os usam já dificilmente se tornarão alvo de chacota.

Os heróis dos livros infantis ajudaram, em muito, as crianças que usam óculos. Os dias em que as crianças se recusavam, teimosamente, a usar óculos fazem parte do passado. Nos dias de hoje, os óculos de criança são considerados estilosos e as crianças que os usam já dificilmente se tornarão alvo de chacota. Uma coisa importante de que se deve lembrar: as armações para os óculos das crianças são personalizadas consoante as necessidades individuais destas. Na parte superior, a armação não deve ultrapassar a extremidade inferior das sobrancelhas da criança. Na parte inferior, a armação não deve tocar nas maçãs do rosto. Nas secções laterais, certifique-se de que os óculos não ultrapassam as bordas dos olhos. De modo a certificar-se que os óculos para criança não interferem com o seu filho quando este está a brincar, as hastes devem estar alinhadas com as têmporas, não devendo existir grande folga. Os óculos para crianças devem ser leves, vigorosos e elásticos. Certifique-se de que a armação não causa desconforto, como o caso da pressão. Não lhe temos de dizer que um design com estilo faz toda a diferença!


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